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Star Trek Discovery (1ª temporada) - Análise


Após o reboot que a franquia recebeu com o filme de 2009, chegamos a primeira investida de Star Trek nas telinhas, ao menos no streaming.
Sendo produzida pelo serviço de streaming Netflix, Discovery se trata sobre a vida e aventuras da tripulação da USS Shenzhou e a missão de explorar o espaço e descobrir novos planetas e civilizações. Logo no começo somos apresentados a Michael Burnham interpretada por Sonequa Martin-Green, que ficou conhecida como Sasha da série The Walking Dead, imediata da nave que tem como capitã Philippa Georgiou interpretada por Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão). 
Após uma série de eventos, Michael se vê sem um sentido para continuar a ser membro da Frota Estrelar, acabando assim na USS Discovery, onde além de novos amigos e reencontrar antigos, ela irá descobrir o verdadeiro significado da Frota e seus valores, além de descobrir vários segredos dos Klingon, a raça mais hostil com a Federação.
O seriado começa bem com primeiro e segundo episódios bem estruturados e empolgantes, mas o ritmo cai nos episódios seguintes em que conhecemos mais da Discovery. Felizmente, a empolgação para continuar a assistir retorna rapidamente quando a trama se aprofunda na guerra e seus peões, vemos de um lado Klingons não unificados e sem uma estratégia bem estabelecida e do outro uma Federação ainda não completamente amadurecida, onde o alto comando é por vezes impulsivo e inconsequente.
O segredo desta temporada foram as viradas da história. Assim como Lost, Game of Thrones e tantos outros, aproveitou bem os ganchos a cada final de episódio para deixar o espectador se questionando do que viria a seguir, e isso se intensifica da metade ao final do seriado que se torna completamente imprevisível.
As atuações não são das melhores em geral, especialmente da própria protagonista que não consegue transmitir toda a carga psicológica e emocional de Burnham, enquanto a maioria do elenco de apoio acaba acompanhando o ritmo ditado por vários episódios, algo que muda da metade ao final da série.
Inacreditavelmente, os personagens ganham uma completa mudança no tom nos 6 últimos episódios e se tornam muito mais interessantes, assim como a trama principal, apesar da guerra Federação-Klingon ser interessante, acaba por se tornar maçante depois de alguns episódios.
O final é digno de uma boa série, com ganchos, fechamentos e aberturas que deixa no ar uma série de dúvidas, as quais estou animado para ver na segunda temporada.
A caracterização é o ponto alto da série. A maquiagem é excelente e nos faz crer que o homem já alcançou a velocidade de dobra e conheceu os limites do universo. São poucas as vezes que o real e o cg são incoerentes e as coreografias de luta apesar de boas, acabam sendo um pouco galhofas em alguns casos.
A música é bem orquestrada e, embora não seja tão marcante, nos fazem viajar na onda de emoções da série especialmente nos episódios finais que o drama se intensifica e nos faz ficar apreensivo com os personagens principais e de apoio.
Espero que a falta de ritmo da primeira metade da série não se repita na segunda temporada, a famosa “barriga” foi onde quase desisti de continuar, mas felizmente graças ao conselho de uma amiga fiquei até o final e fui muito bem recompensado.
Discovery é a sétima série baseada no universo criado de Gene Roddenberry, e mesmo depois de 52 anos após o lançamento do seriado original, ainda mantem a magia, mistério e exploração. As fundações que permanecem intactas, porém, abordando temas diferentes com personagens interessantes e reviravoltas empolgantes, enfim, Star Trek na sua melhor forma.

Nota - 7/10