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Demolidor 3ª temporada (ANÁLISE)



O homem sem medo retorna e lava a alma com sangue e suor.
Das séries Marvel na Netflix é fácil apontar Demolidor como a melhor. Mesmo sendo a primeira série, o ton da história e dos personagens tem sido o mais assertivo dos 5 seriados disponíveis (Luke Cage, Jessica Jones, Punho de Ferro e Defensores). Nesta terceira temporada, temos muitas reviravoltas e muito drama, acompanhado de porradaria honesta, suor, galos, suturas e sangue, muito sangue.
A temporada começa com Wilson Fisk, o nosso querido rei do crime sendo liberado de seu cárcere privado para a prisão domiciliar em sua cobertura localizada em Hell’s Kitchen, graças aos esforços de um agente do FBI que se torna seu “carcereiro”.
Enquanto isso Foggy e Karen sofrem o suposto falecimento de Matt depois dos acontecimentos de “Os Defensores”, já que nunca mais tiveram noticias do amigo após um prédio inteiro cair sobre ele.
Matt está pronto para abandonar de vez a vida de combatente do crime e mais uma vez está desacreditado em Deus, especialmente depois de descobrir que Fisk retornou à Nova Iorque sob a tutela do FBI, mas decide encerrar de uma vez por todas a história do demônio com o gorducho, eliminando-o.
No meio do caminho Murdock terá de lidar não somente com seus demônios pessoais como um novo inimigo que consegue facilmente reduzir nosso herói a uma pinha de sangue e carne apenas fazendo as coisas quicarem (sim, acredite se quiser).
O ponto mais alto, e devo dizer, o ponto que merece uma premiação como o globo de ouro vai para as atuações. Charlie Cox nos entrega um demolidor calejado e cansado, mas ainda com um objetivo e um fogo dentro de si que é capaz ir longe, apoiado tanto por Deborah Ann Woll e Elden Henson (Karen e Foggy respectivamente) que nesta temporada confrontam seus maiores medos e problemas de forma densa e interessante, nos mostrando o porquê de seus personagens serem tão complexos e complexados.
Wilson Bethel, o agente Benjamin ‘Dex’ Poindexter é brilhante em sua confusão interna, que quando resolvida, acaba se tornando em um dos pontos mais fortes desta temporada, criando um elo de empatia, tristeza e raiva no espectador.
Mas definitivamente, eu estaria sendo um grande escroto ignorando que Vincent D’Onofrio realizou o que eu chamaria não somente da melhor atuação do seriado, mas uma das melhores performances que já vi em qualquer seriado, nos entregando um Wilson Fisk mais perigoso do que nunca, aqui vestindo finalmente o sapato de “Rei do Crime” e nos fazendo lembrar o porquê ele deve ser temido. Sua atuação e as consequências dos atos de Fisk não só nos causam impacto, mas também nos deixa apreensivos e desesperançados junto dos personagens.

Respeita o homem que ele é perigosíssimo.
Embora o formato fechado de seriado da Netflix ser exaustivo em alguns casos, aqui se mostrou necessário devido a quantidade de tramas paralelas que eram preciso ser esclarecidas e reveladas, tornando o produto final uma obra prima que com certeza será lembrada como um dos melhores produtos originais do serviço de Streaming.
Demolidor chega em sua terceira temporada como um bom vinho que ficou na adega o tempo perfeito para ser encorpado, perfumado e saboroso, não decepcionando em absolutamente nenhum ponto, se tornando referência para seriados do gênero e um marco a ser reconhecido na história da Netflix e da Marvel.