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Animais Fantásticos – Os Crimes de Grindewald (ANÁLISE)



A árvore mágica que dá dinheiro da Warner floresce novamente, mas será que o resultado vale a pena? 
O segundo filme da franquia “Animais Fantásticos” retoma a história pouco tempo após seu predecessor, e embora já inicie com uma bela sequência do vilão no título Grindewald fugindo de forma um tanto quanto houdínica (se é que essa palavra pode ter algum significado), não empolga muito visto os diversos furos no roteiro que encontramos. 
A vida de Newt Scamander (Eddie Redmayne) está conturbada pois devido os acontecimentos do primeiro filme, ele está em uma espécie de confinamento na Inglaterra até aceitar uma proposta perigosa do Ministério da Magia, mas tudo muda quando Jacob (Dan Fogler) e Queenie (Alison Sudol) aparecem, após um conturbado jantar, Queenie vai para Paris encontrar sua irmã Tina (Katherine Waterston) que agora é uma Auror e está no encalço do vilão. 
Mesmo relutante, Newt então irá até a cidade ao mando de Dumbledore atrás do vilão e atrás do seu crush mágico. 
A primeira parte da análise gostaria que o leitor notificasse que o visual deste filme é deslumbrante, são utilizados por algum motivo, muitas alusões e efeitos semelhantes a tecidos e são muito bem feitos, as magias são por outro lado, mais sutis até o final do filme, que por sua vez age como um grande suspense do que um filme do mundo mágico por si só. 
O que me leva ao próximo ponto, “mundo mágico” ou “Wizarding World” é o nome dado ao(s) spin offs da série Harry Potter e infelizmente uma das coisas negativas deste filme é querer jogar várias âncoras na série. Não me entendam mal, mas referências devem existir somente por um claro e lógico motivo ou devem ser sutis para não atrapalhar o andamento da história principal. 
Embora Jude Law brilhe como Alvo Dumbledore, ele não rouba a cena em momento algum, pelo contrário, seu personagem é tratado com um certo peso e importância, só houve a decepção de não ter sido abordado o real motivo (não o real motivo mostrado no final do filme, o real real, que a própria J.K. divulgou) de Dumbledore não enfrentar Grindewald pessoalmente. 
Mas as referêncais feitas à série de filmes do bruxinho mais querido do mundo são jogadas e desnecessárias, além de estapafúrdias em alguns momentos. O filme perde muito com a adição de Nicolau Flamel (que possui a pedra filosofal e é imortal) e Nagini (Claudia Kim), que não só não possui peso algum ou qualquer relevância para a trama, seu personagem possui um número absurdamente pequeno de falas, o que me fez apenas questionar a todo o momento que ela está junto com Credence Barebone (Ezra Miller, aquele garoto doido que virava um bicho gigante e do mal no primeiro filme) o porquê da suposta ligação entre os dois que não só falha em despertar a empatia do espectador, como no seu desfecho se torna o segundo ponto mais decepcionante do filme. 

A adição da personagem Nagini é o segundo fã-service mais desnecessário do filme
A música é relativamente boa, se torna animadora em momentos específicos, mas totalmente esquecível, ainda mais quando a história nos leva de volta à Hogwarts e o tema principal da série original toca em alto e bom ton. 
As atuações são boas o suficiente para alguns atores de apoio, mesmo o próprio Newt segue como um personagem principal, mas totalmente insosso sem muita profundidade, chegando a irritar em alguns pontos com sua timidez exacerbada. 
Mas aqui, Johnny Depp brilha acima de todos os outros. Sua performance como Grindewald não só é incrível como nos convence a pensar em nosso cenário político atual. Em um show de atuação, ele estabelece uma clara linha de diferença entre Voldemort (vilão da série principal) e Grindewald, sendo o primeiro um ditador à base do medo de si e o segundo um ditador à base do medo de tudo ao seu redor, se apresentando como o salvador da pátria. 

Johnny Depp como o vilão Grindewald brilha em um show de atuação
O final, embora impactante e emocionante decepciona em uma de suas últimas cenas, fazendo um fã-service absurdo e ridículo, que tira o brilhantismo que o primeiro filme tinha em se distanciar bem da série principal, dando a entender que a Warner não confia na série pelos seus personagens carismáticos apresentados no primeiro filme e prefere fazer todos se lembrarem que estão vendo algo que supostamente vai levar ao surgimento de Harry Potter e a pedra filosofal. Uma pena, o filme foi até que bom durante boa parte, mas o final deixou um gosto amargo em quem gostaria de ver mais do universo do bruxinho e não só um show de referências sem pé nem cabeça.